Indiscutivelmente o processo de globalização e o desenvolvimento acelerado da tecnologia trouxeram grandes e impactantes modificações nos cenários econômico, social e organizacional desse século. Para completar os impactos causados por esses dois fatores, estamos convivendo com conflitos e estremecimentos nas relações de poder de vários países e tivemos que conviver com os efeitos devastadores de uma pandemia global, que deixou milhões de pessoas sem poder trabalhar por causa das restrições impostas, que gerou um clima de incertezas, deixou sequelas, principalmente sociais, que serão sentidas ainda por muitos anos.
Como efeito desses três fenômenos, geopolítico, tecnológico e social, estamos vivendo uma nova realidade cuja as características que mais se destacam são, mudanças estratégicas com uma dimensão tão grande e com tanta intensidade, nunca vistas antes, um avanço da ciência e da tecnologia impactantes e assustadores, o fim de muitos mercados de trabalho, a abertura e/ou intensificação de novas formas de serviços.
Mas, se é possível dizer que mesmo com todas as sequelas deixadas, algumas coisas boas podem ser identificas, me arrisco a afirmar que o surgimento de novas profissões, a globalização do mercado de trabalho, as oportunidades de negócios e desenvolvimento autossustentável são evidentes e são contra pontos aos traumas causados pela Covid 19.
Todos esses acontecimentos evidenciam novas regras no mundo das corporações, tais como: saber conviver com incertezas sobre que caminhos seguir, instabilidade econômica e financeira, além da necessidade de refletir sobre o risco real de um agravamento dos problemas sociais nas comunidades do seu entorno, principalmente as menos favorecidas.
Faz-se necessário olhar as estruturas das organizações para que sejam mais horizontais e flexíveis, dar mais atenção a responsabilidade social, o estímulo ao empreendedorismo, investir mais no capital intelectual, valorizando as pessoas e dando mais importância à Gestão de Pessoas, de forma estratégica.
A tecnologia será sempre uma grande aliada do desenvolvimento global, inclusive no mundo corporativo, isso não temos dúvida. Não temos o perfil ideal de liderança no pós-pandemia, mas temos total convicção que as lideranças precisam entender que não é só substituir pessoas por máquinas e aplicativos que fará as empresas crescerem e faturarem mais, tem que olhar com um alcance muito mais longo, internamente, valorizando a saúde mental de seus colaboradores, e externamente, em como contribuir para uma sociedade empreendedora, mais justa, mais equilibrada e sustentável.
Paulo Monteiro